Sua Excelência o Presidente da Assembleia da República, Dr. Eduardo Ferro Rodrigues
Sua Excelência o Presidente da Assembleia da República, Dr. Eduardo Ferro Rodrigues |
É com grande satisfação que me associo, pessoalmente e enquanto Presidente da Assembleia da República, à XXIV Edição do Encontro Nacional de Cineclubes. Desde a sua fundação, os cineclubes portugueses têm tido um lugar insubstituível na nossa vida cultural. Assim foi ao tempo da ditadura, quando sempre ousaram trilhar os caminhos da liberdade. Sei‐o bem, pois fui sócio do Cineclube Universitário de Lisboa, e não me esqueço das interdições, das prisões e dos encerramentos forçados. Hoje, em democracia, os cineclubes mantém a sua vocação de agentes culturais na promoção e divulgação, na formação e reflexão sobre o lugar do cinema na nossa sociedade. A sua defesa do cinema português é de todos conhecida e enaltecida, contribuindo para a sua implantação nacional e ajudando‐o a projetar‐se a nível internacional. Através da sua vasta implantação no território nacional os cineclubes têm um papel único no reforço da coesão territorial, enquanto lugares de encontro, de partilha de ideias e de projeção do futuro. Pela sua presença de Norte a Sul de Portugal os cineclubes são por essência espaços de descentralização cultural. A sua ação não se confina ao território português. Exemplo paradigmático de abertura é o Prémio António Loja Neves, vocacionado para os Países de Língua Oficial Portuguesa e que, este ano, galardoou o realizador moçambicano Sol de Carvalho, com o filme Mabata Bata, baseado num conto de Mia Couto. Os dois temas propostos para a XXIV Edição do Encontro nacional de Cineclubes são da maior pertinência: os desafios da exibição não comercial e o desenvolvimento crítico da cinefilia, mais ainda numa época de profunda transformação nas formas de comunicação. As questões colocadas incidem no binómio difícil da articulação entre o mercado e a arte, da massificação e do espaço para a individualidade. Pela sua posição charneira, os cineclubes são participantes privilegiados na ponderação daquelas questões e na procura de respostas. Aos cineclubes portugueses deixo o meu profundo reconhecimento pessoal e da Assembleia da República pela ação desenvolvida e a certeza que tenho de que continuarão a ser um elo único trazendo cultura, entretenimento e conhecimento ao nosso País. |